As características médicas do transtorno do déficit de atenção
Redação
O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por uma tríade de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade, que se manifestam de forma exacerbada e disfuncional para a idade do indivíduo.

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por uma tríade de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade, que se manifestam de forma exacerbada e disfuncional para a idade do indivíduo. Os sintomas geralmente começam na infância e podem persistir ao longo da vida.
A prevalência mundial de TDAH em crianças e adolescentes é estimada entre 3% a 8%, dependendo do sistema de classificação utilizado. No Brasil, a prevalência é de aproximadamente 7,6% em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, 5,2% em indivíduos de 18 a 44 anos e 6,1% em pessoas acima de 44 anos.
Os sintomas de TDAH podem levar a sérios prejuízos em diversas áreas da vida, incluindo: o desempenho acadêmico com dificuldades em manter a atenção e seguir instruções podem resultar em baixo rendimento escolar; os problemas de socialização e dificuldades em manter relacionamentos; e as crianças e adolescentes com TDAH frequentemente enfrentam baixa autoestima e podem desenvolver problemas de conduta.
O diagnóstico é realizado por profissionais de saúde qualificados, como psiquiatras ou pediatras, e deve considerar informações de familiares e da escola. Os critérios diagnósticos incluem a presença de sintomas ajustados à fase de desenvolvimento e a avaliação de comorbidades.
O tratamento do TDAH é multimodal e pode incluir as intervenções não medicamentosas como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), apoio escolar e orientações para os pais; e o tratamento medicamentoso com medicamentos psicoestimulantes, utilizados para ajudar a controlar os sintomas. Dessa forma, é importante que o tratamento e o acompanhamento sejam contínuos, com reavaliações regulares para ajustar as intervenções conforme necessário. O envolvimento da família e da escola é importante para o sucesso do tratamento.
Segundo o MS-PCDT: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - TDAH de 2025, a prevalência mundial de TDAH estimada em crianças e adolescentes é de 3% a 8%B, dependendo do sistema de classificação utilizado. Embora o TDAH seja frequentemente diagnosticado durante a infância, não é raro o diagnóstico ser feito posteriormente. As evidências científicas sustentam sua continuidade na idade adulta, com uma prevalência estimada entre 2,5% a 3%.
No Brasil, a prevalência de TDAH é estimada em 7,6% em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos, 5,2% nos indivíduos entre 18 e 44 anos e 6,1% nos indivíduos maiores de 44 anos apresentando sintomas de TDAH. Os sintomas e o comprometimento do TDAH são frequentemente graves durante a infância e podem evoluir ao longo da vida.
Por se tratar de um transtorno de neurodesenvolvimento, as dificuldades muitas vezes só se tornam evidentes a partir do momento em que as responsabilidades e independência se tornam maiores, como quando a criança começa a ser avaliada no contexto escolar ou quando precisa se organizar para alguma atividade ou tarefa sem a supervisão dos pais. Os indivíduos com TDAH também apresentam dificuldades nos domínios das funções cognitivas, como resolução de problemas, planejamento, orientação, flexibilidade, atenção prolongada, inibição de resposta e memória de trabalho.
Outras dificuldades envolvem componentes afetivos, como atraso na motivação e regulação do humor. No médio e longo prazo, crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar dificuldades no desempenho acadêmico, nas interações interpessoais e autoestima baixa. Crianças com TDAH têm mais chances de apresentar obesidade quando comparadas com as crianças sem TDAH.
Os problemas de conduta podem aparecer no final do período da pré-adolescência e, além disso, pessoas com TDAH podem apresentar comportamentos sexuais de alto risco e gravidez precoce indesejada, dificuldades no trabalho, abuso de drogas ou álcool, maior probabilidade a acidentes e criminalidade na fase adulta. O TDAH também está associado a resultados psicológicos negativos, com um maior risco de desenvolver transtornos do humor (unipolar ou bipolar), distúrbios de personalidade, especialmente, transtorno de personalidade borderline e antissocial, e possivelmente condições psicóticas.
Apesar de ter se tornado uma condição bastante conhecida nos últimos anos, o diagnóstico de TDAH não é simples, pois os seus principais sintomas se confundem com outras condições clínicas e com características normais do desenvolvimento do indivíduo. Assim, torna-se necessária a utilização de critérios operacionais que são estabelecidos a partir da realização da avaliação clínica por profissionais capacitados e experientes.
Tanto o diagnóstico equivocado e incorreto, quanto, principalmente, a ausência de diagnóstico traz para o indivíduo sérias consequências. Os conceitos dos profissionais de saúde sobre o TDAH são diversos, colocando os indivíduos com diagnóstico de TDAH em maior risco de serem rotulados pela sociedade. A liga canadense para a pesquisa do TDAH, Canadian ADHD Resource Alliance (CADDRA), orienta que os estereótipos e mitos acerca do TDAH sejam explorados na consulta com o paciente e sua família, na tentativa de se obter esclarecimentos, a fim de evitar prejuízos e tratamentos inadequados.
Os estigmas do TDAH podem afetar crianças e adultos com o diagnóstico da doença, além de parentes ou pessoas próximas. Além disso, podem influenciar as atitudes das autoridades em relação a esses pacientes. Esse estigma provém da incerteza do público confiabilidade/validade de um diagnóstico de TDAH, da avaliação diagnóstica relacionada e do desconhecimento da população em como interagir com indivíduos com TDAH.
O TDAH apresenta uma demanda crescente por serviços de saúde mental e está associado a outras condições de saúde, problemas familiares e escolares em comparação com a população em geral ou controles clínicos. A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.